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quinta-feira, março 06, 2025

Notas aleatórias


"A linguagem nebulosa dos trapaceiros serve apenas a objetivos temporários" (Ezra Pound).

É o que acabo de ler, em letra manuscrita, num de meus caderninhos de notas aleatórias. O que me remete ao nosso momento político, para o qual a passagem citada se encaixa facinho facinho. Na verdade, acho que ela se encaixa em qualquer tempo, porque trapaceiros que se utilizam de linguagem nebulosa existem, espalhados por aí, desde que o mundo é mundo.



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Na página seguinte, sem uma coisa ter nada a ver com a outra, leio um haikai do poeta Antônio Thadeu Wojciechowski, publicado no facebook no dia em que seu cachorro Pingo morreu. Ei-lo:

"Pingo partiu
corpo que se foi
estrela que subiu"
.

Achei lindo, fofo demais, não resisti, anotei.

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Virei mais uma página e encontrei a seguinte nota:

Nem toda distância é ausência.
Nem todo silêncio é esquecimento.

Lembro-me exatamente do momento em que escrevi isso. Surgiu como conclusão de um diálogo entre mim e um ex-namorado. Estávamos na estrada. Falávamos de relacionamentos, inferências, interpretações e conclusões, muitas delas equivocadas. Naquele contexto, a conclusão se seguia. A estrada também.

quarta-feira, setembro 23, 2009

Relíquia de Amor

Toda vez que faço arrumações em meu quarto – que agora virou quarto de estudos ─ acabo revendo cartas e papéis que há muito estavam guardados ali. Sempre encontro umas coisinhas interessantes... relíquias, eu diria, que marcaram a minha vida.

Abri uma gaveta e encontrei hoje, pela milésima vez em tantos anos que guardei daqui pra lá e de lá pra cá, um livrinho pequenininho (desculpem-me a redundância, leiam como pura ênfase no tamanhinho dele), de capa dura, intitulado Amor Total.

Este Amor Total é, na verdade, um pequeno soneto de Vinicius de Moraes que, neste caso, apresenta-se numa edição ilustrada (com flores, folhas, pássaros e borboletas coloridas) por Joan Berg - Editora Record.

Eis o soneto:

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinicius de Moraes)


Bom, este soneto ganhei de presente de um outro poeta.

Ao abrir o livro, encontrei uma dedicatória assim:

Marília:
Mostra teu desenho do amanhã
(por certo colorido e em paz)
que eu assisto:
raiando o dia colorido
como teu desenho vivo.

Ao final, depois do soneto, mais algumas palavras daquele que me presenteou:

Nossa vida
um dia despertará
em uma imensa primavera

Sei esperar
sem precisar dormir
o vôo da andorinha
que me foge
como você

mas estou aqui
te esperando
como quem nunca separou

(Antônio Thadeu Wojciechowski, em 23/07/80).

[Agui... não precisa ficar com ciúmes, pois nosso amor já mudou de folhas, pétalas e plumagens, mas continua (um) presente!!!].