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terça-feira, abril 30, 2024

Andanças


podem arrancar o meu chão
mas ainda tenho as retinas
retidas no céu [...]

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[Evilásio Júnior | poeta maranhense]

René Magritte | Evening Gown


sábado, outubro 29, 2022

Grito rubro que pulsa sob minha pele


Mesmo com a garganta
Perfurada pela lâmina do silêncio
O sangue pulsa vermelho

Mesmo que o carrasco
Arranque a língua insubmissa
O sangue grita vermelho

Mesmo sob a face do torturador
O corpo feito em pedaços
O sangue resiste vermelho

Mesmo com os olhos
Vagando na noite sem fim
O sangue brilha vermelho

Mesmo com rumores de ataques
Coturnos, bombas e tanques
O sangue da luta é vermelho

Mesmo com a corda no pescoço
Uma multidão pedindo nossas cabeças
O sangue permanece de pé, vermelho

Mesmo que os lábios toquem a lona
E sintam o gosto áspero da queda
O sangue levantará do chão, vermelho.


(Evilásio Júnior)


The Tomb of the Wrestlers, 1960 by Rene Magritte