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terça-feira, abril 20, 2021

Canto





No túmulo,
quando eu morrer
esparrame pétalas
de rosas amarelas
perfumadas de teu suor.

Despregue uma lágrima cinza
de teus olhos oblíquos
e deixe-a quente na lápide
feito pedra judaica,
sem verbos.

Recite silêncio
verso de ninguém
a espremer o caldo
de rimas
jogadas a esmo.

Em ensaio de vida,
descubra o piscar
de estrela entre nuvens, e
no baile cósmico,
colha palavras molhadas.

Sinta meu cheiro
entre páginas
apagadas e
tente resto de sorriso,
quase nada.

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(Nilson Monteiro | abril | 2021)

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Nosso amigo jornalista, poeta e escritor da geração pé-vermelho, membro da Academia Paranaense de Letras, com esse canto-poema tingiu de beleza a minha manhã. Estava lá no facebook. Encantei-me. Pedi permissão para ecoá-lo. Perguntei se estava publicado em algum de seus livros. Ele disse:  não, acabo de publicá-lo.