Quando eu era pequena (e boazinha) e mesmo adolescente (e rebeldíssima) sempre fui ótima aluna (percebe-se que não acalento falsas modéstias rsrs). Depois, quando entrei na faculdade, continuei a ser boa aluna, mas era cada vez mais indisciplinada. Se eu não gostava ou não concordava com algo, toda a minha petulância vinha à tona. Aos 17 anos (1979), quando terminei o colegial, resolvi sair de casa depois de uma briga com meu pai. Na verdade, eu queria sair muito antes, logo que me tornei rebelde (aos 12 anos) e achava que sabia o que queria . Eu tinha ânsia de viver com liberdade, mas meu pai era extremamente repressor. Nesses três anos que vivi fora de casa até entrar na faculdade, só eu sei as poucas e boas (na verdade são muitas e boas) que aprontei até voltar pra casa, claro, depois de levar uns bons tombos e aqueles tapas que a vida dá. Resolvi tentar ser normal (não sabia que isso seria tão difícil) e entrar na faculdade como toda boa moça bem educada. Tinha, então, exatamente 20 anos.
No final de 2008, ao fazer uma bela limpa em minha casa, armários e maleiros, encontrei muitos cacarecos e coisas que guardava há anos. Uma dessas tantas coisas foi uma monografia (que hoje eu a qualifico de um tanto irreverente) que me vi obrigada a fazer para a disciplina de biblioteconomia, quando cursava o 2º. Período (primeiro ano) de Comunicação Social na Universidade Estadual de Londrina. Entrei no curso em 1982, disposta a ser jornalista, e saí em 1984, ou seja, não concluí o curso (vê-se que minha disposição se arrefeceu com o passar dos anos: jornalismo não era a minha praia).
Bom, quando a professora solicitou, sem me dar qualquer tema específico, que eu fizesse uma monografia para a tal disciplina, querendo apenas que a monografia correspondesse às normas formais exigidas, eu fiquei a pensar: sobre o que vou escrever? Na verdade eu não imaginava qualquer conteúdo apropriado (e monografia soava como um "palavrão"). Naquela fase da minha vida eu era uma hedonista incorrigível (hoje sou uma hedonista corrigível rsrsr). Embora gostasse de ler, estudar, e tivesse muita vontade de escrever não sabia ainda bem o quê, eu queria mesmo era namorar, e só pensava em satisfazer meus desejos. Esse seria o tema mais apropriado à ocasião, mas minha autocensura não permitia que eu me expusesse assim. Resolvi, então, escrever a http://mariliacortes.blogspot.com.br/2009/04/monografia-do-pensamento-no-exato.html que se segue logo abaixo (encontrei-a escrita à mão, em forma de rascunho, num papel já bem amarelado pelos 27 anos em que ficou guardada numa caixa de cartas e outros papéis).