14 de março
foi o dia da poesia.
ora bolas, e poesia lá tem dia?
Não seria todo dia dia de poesia?
dia de mais poesia
dia de menos poesia?
Digamos, pois, que hoje é um dia de mais poesia!
Destino, então, esta pequena poesia
ao meu amor poético
com esta breve
muito breve
dedicatória:
ao meu lírico amor
um beijo
um licor.
Tal dedicatória, que acabo de escrever, me fez lembrar de um verbete contido nos Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes. Eis o verbete:
Dedicatória: "Episódio de linguagem que acompanha todo presente amoroso, real ou projetado, e, ainda, mais geralmente, todo gesto, efetivo ou interior, pelo qual o sujeito dedica alguma coisa ao ser amado". Entre muitas outras coisas que não caberão aqui, diz, ainda, Barthes: "Não se pode dar linguagem (como fazê-lo passar de uma mão a outra?), mas pode-se dedicá-la [...]. Nada podendo dar, dedico a própria dedicatória, que absorve tudo que tenho a dizer" (pp. 66-67-68).
L'Altare della Patria ~ Rome, province of Rome LazioLeonardo Bistolfi
[1859-1933]