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sexta-feira, maio 24, 2019

The true idea of the human mind





Nos dias 06 e 07 de junho/2019, terei o prazer de estar na UNICAMP, a convite do Prof. Dr. Daniel Omar Perez, para falar sobre a identidade e princípio de união que constitui uma pessoa, com base na formulação dada por Hume a este tema no Tratado da Natureza Humana.



Título I

I. Hume e a concepção de sujeito num teatro sem palco

(graduação: livro I)

[06/06/2019, 19 h, sala 05 do prédio da graduação do IFCH]


Título II


II. O papel das paixões na formação do sujeito em Hume

(pós-graduação: livro II)

[07/06/2019, 19 h, prédio da pós-graduação do IFCH]



Resumo: O tema da identidade pessoal tornou-se muito debatido na filosofia moderna e contemporânea a partir da controversa formulação dada por Hume no livro I do Tratado da Natureza Humana (1.4.6). Ali Hume rejeita a tese metafísica, defendida por alguns de seus antecessores e contemporâneos, segundo a qual existe um eu substancial, incorpóreo, contínuo e invariável ao longo do tempo, dotado de identidade e simplicidade perfeitas. Hume argumenta que a atribuição de uma identidade pessoal a um sujeito é produto de uma ficção, bem como de uma tendência natural da imaginação em conectar percepções na mente por meio de certos princípios associativos. Tendo em vista esclarecer o que a filosofia de Hume tem a dizer acerca da identidade do ‘eu ou pessoa’ a partir do pensamento e da imaginação (Livro I), e o que pode ser dito sobre ela a partir das paixões e do interesse próprio (Livro II), as aulas terão como objetivo uma exposição geral do tema por meio do exame de alguns elementos articuladores centrais de sua filosofia implicados neste tópico, tais como: percepções, impressões, ideias (e seus princípios de associação), imaginação, memória, crença, paixões e the true idea of the human mind.


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Art by Matthew Spiegelman


quarta-feira, março 16, 2011

Impressões, ideias e desculpas esfarrapadas

Bom, se me restam alguns leitores (ou leitoras) depois de tanto tempo de abandono, devo-lhes dizer:

Caros leitores, tenho um milhão de desculpas (a maioria bem ruinzinha) por tê-los abandonado. Sendo assim, em vez de ficar aqui apresentando desculpas esfarrapadas, vou tentar (sem garantia de conseguir) oferecer uma (e apenas uma) justificativa que seja boa para toda essa minha ausência.

É comum ouvirmos dizer que todo aquele que escreve e publica o que escreve (ou que faz da escrita o seu ofício), volta e meia passa por um período de bloqueio mental, uma espécie de paralisia imaginativa, infertilidade criativa, ou esterilidade de ideias. Mas todo esse tempo que fiquei afastada, que deixei de escrever aqui, não foi por conta de um período de bloqueio mental, pois minha mente continuou a trabalhar, e muito, com coisas que prestam, e um pouco também com coisas que não prestam. Quero dizer, minha mente pensou esse tempo todo (ainda que tenha pensado muitas bobagens).

Tampouco minha imaginação se encontrou paralisada, estéril ou vazia de ideias, pois, se Hume estiver certo quanto às nossas ideias serem cópias de impressões, minha mente está sempre repleta delas e nunca propriamente vazia. Isso porque eu sou (e todo eu seria) um feixe de diversas percepções, quer dizer, minha mente ou meu pensamento seria, digamos assim, um palco no qual se sucedem muitas ideias que, por sua vez, são cópias de minhas diversas impressões. Cada parte minha, cada sentido, cada poro meu está o tempo todo recebendo impressões, lendo e percebendo o mundo, isto é, formando ideias.

Nesse caso, acho que posso dizer que formei muitas ideias todo esse tempo (mas, ironicamente, não escrevi aqui nenhuma). Por quê? Por que não tive vontade? Não! Eu tive! Talvez uma vontade débil, mas tive. Por que então? O que me impediu? Preguiça? Essa é uma boa hipótese! Excesso de trabalho? Falta de tempo? Essas não me parecem muito boas! Dispersão pura? Essa certamente contribuiu bastante! Falta de coragem? Talvez! Escrever, emitir opiniões, torná-las públicas, requer coragem. Tática? Não creio! Tática para quê? Só se for para perder leitores (rsr). Obstáculo emocional? Humm... num certo sentido sim! Às vezes meu coração trava. Sim, eu escrevo com a cabeça, com a mente, com o cérebro, mas escrevo com o coração também (e os dedos, of course). What else? Faltou impulso, ímpeto, disposição? Sim, faltou! Viajou? Yes, viajei!