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quinta-feira, novembro 02, 2006

Sobre o fim do mundo IV (continuação)


IV - Como você imagina este dia?


Posso imaginá-lo de vários modos. Fazer simples e complexos experimentos mentais. Minha imaginação pode fornecer uma enorme variedade de representações possíveis, desde que estas não impliquem contradições absolutas. Todas aquelas catástrofes em proporções gigantescas e aniquiladoras que citei acima (no caso do blog, citado abaixo) podem ser imaginadas. 

Hume assinala em EHU 5. 2. § 10: “Nada é mais livre do que a imaginação humana, e, embora não possa ir além daquele inventário original de idéias fornecidas pelos sentidos internos e externos, ela dispõe de poder ilimitado para misturar, combinar, separar e dividir essas idéias em todas as variedades de ficção e miragens. É-lhes possível inventar uma série de acontecimentos que têm toda a aparência de realidade, atribuir-lhe uma ocorrência em um local e momento precisos, concebê-los como existentes e pintá-los para si mesma com todas as circunstâncias apropriadas a um fato histórico qualquer...”. Mas isso, ao menos a princípio, permanecerá no campo das ficções (que não se transformam em sólidas crenças) da imaginação.

Há um outro ponto que considero interessante. Veja se não é curioso:


Uma pessoa que morreu na catástrofe das Torres Gêmeas durante os atentados de 11 de setembro de 2001 pode muito bem ter pensado que estava vivendo o fim do mundo. Nem todas perceberam que aquela destruição toda era causada pelo choque de um avião e que o mundo subsistiria. Não tiveram tempo de perceber nem de colher informações sobre o que ocorria de fato. Talvez uma vítima do último Tsunami (ou qualquer outro) tenha pensado a mesma coisa, ou seja, pensou que o mundo estava sendo engolido por uma onda gigantesca e que este era não só o seu fim, mas o fim do mundo. Contudo, como já disse, de um fim particular ou de uma morte individual, não se segue o fim do todo ou a morte do mundo.