The Mirror | 1902 | by Edward Steichen
(...) Ah, juventude! Juventude! Você parece não ligar para nada, parece possuir todos os tesouros do universo, até a tristeza lhe traz contentamento, até o desgosto lhe cai bem, você é confiante e ousada, você diz: "Só eu vivo", mas cuidado, para você os dias correm e somem, sem conta e sem deixar vestígio, e tudo em você desaparece, como a cera sob o sol, como a neve. E talvez todo o segredo de seu encanto consista não na possibilidade de fazer tudo, mas na possibilidade de pensar que você fará tudo [...] "Ah, quanta coisa eu faria se não tivesse desperdiçado meu tempo!"
[...] e agora, quando em minha vida já começam a baixar as sombras do entardecer, o que me restou de mais fresco, de mais caro, do que as lembranças daquela tempestade primaveril, matutina, que passou tão depressa?
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[Ivan Turgueniev | Primeiro Amor | Cap. XXII]