Mesmo com a garganta
Perfurada pela lâmina do silêncio
O sangue pulsa vermelho
Mesmo que o carrasco
Arranque a língua insubmissa
O sangue grita vermelho
Mesmo sob a face do torturador
O corpo feito em pedaços
O sangue resiste vermelho
Mesmo com os olhos
Vagando na noite sem fim
O sangue brilha vermelho
Mesmo com rumores de ataques
Coturnos, bombas e tanques
O sangue da luta é vermelho
Mesmo com a corda no pescoço
Uma multidão pedindo nossas cabeças
O sangue permanece de pé, vermelho
Mesmo que os lábios toquem a lona
E sintam o gosto áspero da queda
O sangue levantará do chão, vermelho.