Pena Líquida
Saudade,
dor de talento solitário,
sinonímia de banzo. Dor
de arrasto recolhida
ao leito das lembranças,
que nos condena à penitência
das aves sem voos,
de passos sem presença
e na esperança de retorno
do outro nos alinha.
Saudade é a pena líquida
que polimos quando
o objeto amado
de nós se distancia
em ausências sem esperas
ou em esperas sofridas.
[Marina Alice da Luz Ferreira]
Marina Alice foi, outrora, minha professora no curso de Comunicação Social da UEL (1982-1984). Coincidentemente, no dia em que minha primeira filha, Marina, nascia (1985), Marina Alice apareceu nos corredores da maternidade e presenciou-me andando e chorando um pouco as dores e o medo do parto que se aproximava. Um parto que se tornou cesária. Nunca me esqueci daquele dia, daquela cena, tampouco do abraço carinhoso de "boa hora" da Marina Alice. E jamais se esquece também do nascimento de uma filha.
Há não muito tempo soube pelo facebook (sim, o facebook é uma entidade falante) que Marina Alice escrevia poesias. Saquei melhor o porquê de ter sentido uma admiração e simpatia imediatas por ela.
Marina tem poesia dentro dela
e mar... mar...
mar...
O poema apareceu em minha timeline dedicado aos amigos queridos com as seguintes palavras:
"uma pausa do caos externo para pautar o que me vai na alma."