quarta-feira, junho 22, 2016

Nas teias do tempo


Já ouvi muita MPB na vida. Assim como muita música clássica, rock'n'roll, blues, soul, black music, jazz e tango (talvez eu tenha esquecido um ou outro gênero nessa lista). Mas já há algum tempo, em torno de uns 15 anos, a MPB em minha vida ficou um pouco de lado. Passei a ouvir mais outros gêneros que aprecio, embora algumas, ocasionalmente, ainda ouvisse. Mais ou menos entre 1994-1999, sempre ouvia uns dois ou três LPs que tenho da Nana Caymmi. Fiquei muitos anos sem ouvi-la. Mas no ano passado, quando comecei a viajar entre Londrina e Chapecó, quase todos os meses, durante os oito que duraram esse vai e vem, baixei as músicas que mais gosto (e nas melhores versões) e gravei um CD pra ouvir na estrada.

Imagino que tenha muita gente (talvez mais nessa geração mais jovem) que nem a conhece e, se viesse a conhecê-la, provavelmente acharia que ela é melíflua (palavrinha que adoro) demais. A maioria de suas canções (ao menos as que mais gosto) são cantadas numa espécie de lamento: falam do amor, da saudade, da dor e da amizade. Falam também do tempo, do vento, da solidão e da esperança. E, ainda, das mágoas, da ternura, da distância e do vazio. Além do talento e da interpretação da Nana, da voz doce e melancólica, o que me encanta em seus cantos é a poesia.

Entre seus compositores... Dorival Caymmi (seu pai), Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Aldir Blanc e Dolores Duran, alguns destes em parceria com outros mais. Todos grandes poetas.  Destaco aqui minhas preferidas, não necessariamente nessa ordem. Mais abaixo, destaco uma bem apropriada para saudar "a little sad day" de inverno 14 graus.

1. Olha o tempo passando
2. Resposta ao tempo
3. Não me culpe
4. Castigo
5. Por causa de você
6. O que é que eu faço
7. Ternura antiga
8. Se é por falta de adeus
9. Pela rua
10. Noite de paz


https://youtu.be/1sYSsbW44O8



[Pic: Forget about the past - by Phil Mc Kay]

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