"Ele sente na face o contato da sua mão, mais exatamente o contato da ponta de três
dedos, e é uma sensação de frio, como o toque de uma rã. Suas carícias sempre
eram lentas, calmas, parecia que queriam dilatar o tempo. Ao passo que aqueles
três dedos pousados fugitivamente em sua face não eram uma carícia, mas um
apelo. Como se aquela que é colhida por uma tempestade, por uma onda que a
carrega, só dispusesse de um gesto fugaz para dizer: 'E, no entanto, estive
aqui! Passei por aqui! Apesar de tudo o que vai acontecer, não me esqueça.'"
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(KUNDERA, Milan. A Identidade. Tradução de Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca. São Paulo: Cia das Letras, 1998, p.109).
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Ele: Jean-Marc.
Ela: Chantal.
💔
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