Mostrando postagens com marcador educação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador educação. Mostrar todas as postagens

sábado, setembro 15, 2018

Humanidades






Encontrei há alguns dias esse velho livro em minha estante. Tá surrado (é de 1980), e certamente existem hoje edições bem melhores. Esse eu comprei quando ainda era teen. Na época, entre as diversas áreas de conhecimento, era a física que mais me despertava a curiosidade e interesse (e mais como diletante, claro, pois havia saído há apenas um ano do colegial e ainda não sabia bem o que queria fazer da vida).  

O estudo da filosofia (que não fazia parte do currículo escolar daquele tempo) só entrou pra valer em minha vida quase 20 anos depois. Nesses 20 anos me mudei várias vezes de casa, de cidade, de opiniões e de ideias, me perdi outras tantas pelos caminhos, mas não perdi o livro. Tenho um baita apreço por ele e por muitas das ideias e opiniões de Einstein sobre o mundo. Eis uma delas:



Educação em vista de um pensamento livre

"Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato em relação a seus próximos e à comunidade.

Estas reflexões essenciais, comunicadas à jovem geração graças aos contatos vivos com os professores, de forma alguma se encontram escritas nos manuais. É assim que se expressa e se forma de início toda a cultura. Quando aconselho com ardor "As Humanidades", quero recomendar esta cultura viva, e não um saber fossilizado, sobretudo em história e filosofia.

Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem. [...] O ensino deveria ser assim: quem o receba o recolha como um dom inestimável, mas nunca como uma obrigação penosa."


Albert Einstein
Como Vejo o Mundo
(pp.29-30)