Ela me perguntou o quanto eu a amava.
Reuni em vidro todos os humores vertidos:
sangue, sêmen, lágrimas.
Amo você tantos rios.
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Carla Madeira | Tudo é rio | Record | 2021
Desnudo tendido
José María Rodríguez-Acosta | 1878-1941
Granada | Museo de Bellas Artes
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Quem não leu esse romance fascinante de Carla Madeira não tem ideia do que está perdendo. Tudo é rio é tão bem escrito que dá até raiva na gente. Raiva e inveja. A gente pensa: como é que pode escrever tão bem assim, e já em seu romance de estreia? A história é tão formidável (não vou dar spoiler rs) e tão bem escrita que o livro não precisa sobreviver à crítica 200 anos pra gente saber que é bom — (sim, há quem defenda essa "tese da sobrevivência de uma obra", mas não é o meu caso). E tem mais: é um romance que não deve ser lido, devorado, assim, como um outro qualquer. Ele tem de ser degustaaado.
O título que dei ao post é uma frase do prefácio de Cris Guerra. E o poema-epígrafe, pelo que entendi, é da própria Carla Madeira. Bom, não é preciso dizer (dizendo) que gamei nesse livro. Ganhei de presente da minha amiga Marly. Amiga que sabe das coisas.
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