Meus olhos estão olhando
de muito longe, de muito longe,
das infinitas distâncias
dos abismos interiores.
Meus olhos estão a olhar do extremo longínquo
para você que está diante de mim.
Se eu estendesse a mão, tocaria sua face.
Mas os cinco dedos pendem como um lírio murcho
ao longo do vestido.
Aqui tudo é leve, silencioso, indefinido,
imóvel.
Não tenho mais limites.
Tornei-me fluida como o ar.
Seus olhos têm apelos magnéticos,
mas estou abismada
em profundezas infinitas.
[Helena Kolody | Infinita Sinfonia | Curitiba | Inventa 2014 | p.133]
2 comentários:
E que lindos olhos esses aí me olhando, a propósito :).
Que lindeza esse poema, encheu meu dia, Marília!
Bjão!
q bom, thanks, Anita... bjos
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